quarta-feira, 25 de maio de 2011

Iron Oxide-Copper-Gold (IOCG)

Pessoal, vamos começar nossa discussão sobre os depósitos tipo IOCG,

19 comentários:

  1. conhecendo-se o enorme depósito de Olympic Dam ("local-tipo" do IOCG(U)) e tratando-se de uma jazida de urânio principalmente, acho que seria interessante discutir se os depósitos de carajás, já definidos como IOCG, possuem também grandes quantidades de urânio, ouro e prata associados (assim como no local-tipo) e se existiria outro "modelo" geológico para explicar sua gênese, conhecendo-se os processos mineralizantes do Arqueano. eu não entendo muito de IOCG e nem me lembro bem das aulas de gênese, então só estou sugerindo uma discussão!

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  2. De fato o urânio é um importante commoditie associado aos IOCG, mas vamos primeiro nos lembrar do que significa o próprio acrônimo IOCG = Iron Oxide Copper Gold. Quais depósitos desse tipo são descritos em Carajás?

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  3. Os depósitos tipo IOCG descritos em Carajás são: Salobo, Cristalino, Igarapé Bahia/Alemão e Sossego.

    Há mais algum? Todos esses se encaixam nas características de IOCG?

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  4. No caso de Carajá então, o mais importante bem mineral é o cobre. Mas o Bahia era inicialmente uma depósito de ouro. Considerando o clima da Amazônia, como podemos explicar isso?
    Em relação ao que o Gustavo disse, será que todos IOCGs são arqueanos, já que somente temos depósitos desse tipo na região de Carajás?
    E, quais são as alterações hidrotermais típicas desses depósitos. O iron oxide é magnetita ou hematita? Ou os dois?

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  5. Bom, tenho um artigo ("Iron oxide-copper-gold deposits: an Andean view" de Sillitoe, 2003) que apresenta dados sobre IOCG nos Andes, na Cordilheira Costeira do norte do Chile e sul do Peru, sendo localizado num arco vulcanico-plutonico do Jurassico até o começo do Cretáceo, logo seria o depósito IOCG mais novo do mundo. Os depósitos mais conhecidos de lá são Candelaria e Mantoverde, possuem minérios de fero, cobre e sobordinadamente ouro, prata e zinco. Ocorrem também deoósitos do tipo Kiruna (magnetita e apatita maciças), cobre (ouro) pórfiro, cobre (prata) mantélico, zinco-cobre-barita de VHMS.
    Assim que eu ler o artigo inteiro eu coloco os detalhes dos depositos.
    E amanha posto sobre o que aprendemos na aula de genese.

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  6. Segundo o q aprendemos em genese:

    1) O que são IOCGs?
    São mineralizações cupro-auríferas ou féericas com anomalias de Bi, Co, Ba, REE e U, o que ajuda na geofísica (magnetometria e radiometria)

    2) Existem IOCGs no Brasil?
    Sim, Carajás.

    3) Onde estão os maiores IOCGs do mundo?
    Em Phalabora (Africa), Olympic Dam (Australia), Cunamona (Australia), Candelaria (Chile), Kiruna (Finlandia), etc.

    4) Qual o ambiente tectônico?
    Os IOCGs se formam em varios tipos de ambientes, o que os tornam mais difíceis de achar. Pode-se formar em ambientes anorogenicos com margem ativa ou não, ricos em pacotes oxidados, com rochas vulcânicas e em sequencias marinhas ou evaporiticas.

    5) Como são geologicamente caracterizados os IOCGs?
    São caracterizados a partir de:
    - grandes volumes de magmatismo granitico;
    - sistemas magnetita-apatita;
    - são tardios, cortando a estratigrafia;
    - alto angulo e de natureza profunda;
    - alteraçõs de Na-Ca (anfibólio-escapolita), K (biotita, k-felds), Na (anfibólio) e hidrolítica com Fe. Essas alterações podem ser confundidas com terrenos de alto grau metamórfico;
    - sistemas de convecção com fluidos alcalinos de alta salinidade

    OBS:
    Toda a costa Chilena possui depósitos IOCG, enquanto que os pórfiros se localizam mais para dentro do Chile.
    As principais diferenças com outros depósitos estão relacionadas as alterações Na-Ca e hidrolítica de ferro, e minerais associados com REE e uraninita.

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  7. -IOCGS são só do arqueano?
    De acordo com um outro artigo que eu tenho aqui, os IOCGs são distribuidos em toda a escala de tempo, no Cenozoico, Mesozoico, Paleozoico, Proterozoico e Arqueano.

    -O iron oxide é magnetita ou hematita?
    Bom, pelo que eu tava vendo, acho q pode ter dos dois..ta certo?

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  8. A Camila sintetizou muito bem as características gerais dos IOCGs, mas será que todas as províncias com depósitos dessa classe apresentam grandes volumes de magmatismo granitico?
    Qual o papel desse magmatismo para a gênese dos depósitos IOCG?
    Essa questão tem sido muito debatida desde que essa classe de depósito foi definida em 1992, com alguns autores defendendo a importância de magmatismo granítico para a origem dos depósitos IOCGs e outros considerando que o magmatismo não exerce papel fundamental para a gênese. O que vocês acham?

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  9. Bom, uma das principais características dos IOCGs são as alterações, e para que elas ocorram é preciso uma fonte de fluidos com Na, Ca e K. Esta fonte de fluidos pode estar relacionada a intrusões e a mistura de fluidos magmáticos com meteóricos, daí viria a importância do magmatismo granítico. Poderiam ter outras fontes de fluidos também, como por derivação metamórfica (zonas de alto grau).

    Tem uma lista dos depósitos em um artigo sobre IOCG, que os detalha sucintamente. Lá é possível observar que quase todos os depósitos estão relacionados com intrusões graníticas ou complexos vulcânicos-plutonicos e a maioria possui alteração do tipo skarn associada. Há depósitos que são em rochas vulcanicas que não citam intrusões.

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  10. Oi Camila,
    Antes de mais nada, parabéns pelos seus excelentes comentários. Com isso acho que nossa idéia do blog está alcançando seu objetivo principal.
    De fato, uma das características marcantes dos fluidos magmáticos é a alta salinidade, como ocorre nos pórfiros e nos IOCGs, mas lembre-se que há outros ambientes que podem concentrar sais e, se os fluidos magmáticos ou não lixiviarem esses depósitos, eles se tornarão muito salinos, adquirindo as propriedades adequadas à lixiviação e transporte de metais. Daí vem a grande importância dos isótopos estáveis, que podem fornecer importantes informações sobre a origem dos fluidos e do seu conteúdo metalífero. Um aspecto muito interessante desses estudos são os isótopos de B, que podem distinguir origens magmáticas e sedimentares, por exemplo.
    Mas, por outro lado, se seu fluido for derivado de devolatilização metamórfica em médio e, principalmente alto grau, sua característica será baixa salinidade e alto conteúdo relativo de CO2, o que resultam nas típicas alterações carbonáticas presentes em depósitos de outro orogênico.

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  11. Chava, você tem esses artigos em PDF? Porque usando computadores fora da USP não tem como conseguir os textos...

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  12. Este comentário foi removido pelo autor.

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  13. Jacqueline esse site canadense é um bom site com informações sobre depósitos minerais.
    http://gsc.nrcan.gc.ca/mindep/synth_dep/iocg/index_e.php

    Bom a maior parte das coisas importantes dos depósitos do tipo IOCG já foram ditas mas só vou fazer alguns adendos.

    1) ainda é um tipo em discussão, principalmente quanto ao tipo de magmatismo (magmatismo tipo A ou tipo I)e ambiente tectônico (a maioria atribui o magmatismo a ambientes distensivos, tanto intracontinentais quanto de back-arc.

    2) São depósitos de grande escala e devido ao teor elevado de óxidos de ferro (hematita e/ou magnetita) e urânio sua ocorrência pode ser verificada por metodos geologicos indiretos de investigação (anomalias magnéticas, gravimétricas e radiométricas)

    3) No Brasil temos o exemplo de Igarapé-Bahia, com mineralização de Au supergênico.

    4) Os principais produtos extraídos dependem do depósito em questão (Igarapé/Au,Palabora/Cu,Olympic DAM/Fe).

    5) Vale lembrar a questão do conteúdo de U, já que a nossa legislação estabelece que minérios radiativos são de monopólio da União, portanto, não podendo ser comercializados, o que causa um problema de manejo para as mineradoras devido ao passivo ambiental maior gerado por esse "rejeito".

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  14. Lolita eu tenho esses artigos impressos apenas, q tirei xerox ano passado pra genese.

    E professor, agora ficou mais clara a relação dos fluidos com a mineralização!
    E nesse artigo ("Iron Oxide Copper-Gold Deposits: Geology, Space-Time Distribution, and Possible Modes of Origin" Appendix), ele mostra os valores dos isótopos de S, C e O de cada depósito.

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  15. Embora seja mais fácil supor que os fluidos hidrotermais em sistemas IOCG sejam de origem magmática, existem depósitos IOCG para os quais não é possível fazer essa conexão, como por exemplo o depósito de Wernecke no Canadá, hospedados apenas por rochas sedimentares. Como será que um sistema de alta temperatura, com participação de fluidos hipersalinos, pode se desenvolver sem uma "intrusão" atuando como motor do sistema hidrotermal?

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  16. E em Carajás? Será que os depósitos IOCG associam-se a um determinado evento magmático?

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  17. Bom, poderíamos pensar em devolatização metamórfica de médio a alto grau em zonas de cisalhamento profundas que poderiam contribuir para a circulação desses fluidos até níveis crustais mais razos, porém segundo o professor Caetano, fluidos assim não são hipersalinos. Acho que outra possibilidade seria a circulação de fluidos hidrotermais (derivados da diagênese???)em pacotes evaporíticos causando um aumento da sailinidade desses fluidos (dissolução de halita, silvita, gipsita/anidrita, calcita, etc...) adequando-se à lixiviação dos metais de interesse derivados de rochas sedimentares enriquecidas nesses metais (folhelhos carbonosos com associação de sulfetos??? talvez assim justificando também uma provável associação de U, sabendo-se da mais alta concentração desse elemento em folhelhos carbonosos).

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  18. Olá, meu nome é Ananda iniciei o mestrado em geologia na unicamp vou trabalhar com depósitos muito similares aos IOCG, porém um pouco mais parecido com o do tipo olimpic dam, alguém teria algum material relacionado a genese do olimpic dam?

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  19. Quais são os métodos utilizados para encontrar IOCG?

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